10/10/2014 10:30:39
Acabo de chegar de Montevidéu, no Uruguai, onde participei de um evento de tecnologia, que reuniu profissionais de mais de 32 países. O encontro apresentou o que é tendência no setor e apontou o caminho para o qual nossos hábitos de consumo devem se direcionar.
O assunto do momento entre os amantes da tecnologia é a internet das coisas. Um termo técnico para definir um fenômeno que já é realidade em muitos lares e empresas: o fato de os dispositivos “conversarem” entre si. Essa revolução silenciosa pode trazer mudanças profundas para nosso dia a dia.
Imagine o seguinte cenário: saio de casa, mas esqueço das luzes do quarto, que ficaram acesas. Dentro de poucos minutos, meu relógio “inteligente” me avisa do ocorrido e, através de um alerta através da Internet 3G, pergunta se eu gostaria que as luzes fossem desligadas automaticamente. Simples e útil, não é mesmo? Esse é um exemplo da internet das coisas e suas mil e uma possibilidades.
No mundo dos negócios, a ferramenta pode ser ainda mais explorada. Imagine você, lojista, um cliente observando sua vitrine. Em segundos, ele recebe no celular uma mensagem do tipo “boa tarde, sr. João. Em nossa loja, hoje, temos uma promoção especial da marca X, não gostaria de aproveitar?”. Fantástico, não? Um banco de dados bem alimentado é capaz de fornecer as informações sobre esse cliente, seus gostos e as últimas compras que fez em seu estabelecimento, oferecendo a ele exatamente o produto ou marca predileta.
Esse é o futuro de nossas residências e empresas. Os dispositivos, cada vez mais, interagem e trocam informações. Em breve, sua geladeira “conversará” com o supermercado, sua dispensa deve disparar informações via código de barras informando o que está em falta, seu carro deve “conversar” com sua casa e assim por diante.
O fato é que as novas tecnologias são capazes de fazer conexões entre pessoas e objetos. E isso é inédito na história. São os chamados wearables devices (dispositivos digitais para vestir). Com eles, já é possível medir a pressão arterial, automatizar residências, controlar a temperatura de um ambiente, gerenciar frotas, fazer um carro estacionar sozinho, entre outras muitas atividades.
Onde isso vai parar? Não sei e ninguém sabe. A inovação não tem limites. E, para nós que atuamos no segmento de tecnologia, o grande desafio está em usar todo esse conhecimento em prol de soluções que facilitem o dia a dia das pessoas. Mas, uma coisa posso afirmar, trata-se de um caminho sem volta. Bem-vindo à era da internet das coisas!
*Maurício de Carvalho é engenheiro eletricista formado pela UFSC, pós-graduado em Marketing e Propaganda pela Católica do Paraná e diretor da Centrium Sistemas de Gestão, de Jaraguá do Sul.
