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Doença celíaca afeta uma em cada 600 pessoas

Sintomas como diarreia, estufamento, perda de peso, anemia persistente, fraqueza e câimbras frequentes podem não ser males isolados. Eles estão relacionados a uma enfermidade séria e que exige mudanças significativas na alimentação. Afetando um em cada 600 brasileiros, a doença celíaca pode levar a complicações como o câncer de intestino, a osteoporose precoce e a infertilidade.


17/02/2014 15:52:42


Doença celíaca afeta uma em cada 600 pessoas

Por isso, segundo a nutricionista Alessandra Gaboardi, é preciso ficar atento aos indícios e procurar ajuda o mais breve possível. “Geralmente, ela se manifesta na infância, entre um e três anos de vida, no entanto, pode surgir em qualquer idade”, complementa. Induzida pela intolerância ao glúten, a doença é uma condição genética, na qual as vilosidades que revestem o intestino são danificadas. Esse processo, explica a especialista, causa a má absorção de nutrientes essenciais dos alimentos.

O glúten está presente em itens comuns ao cardápio da maioria das pessoas. Na lista aparecem o trigo, a aveia, a cevada, o centeio e o malte. Para confirmar o diagnóstico, são usados exames como de absorção da D-Xilose e de dosagem de anticorpos no sangue, bem como de dosagem de gordura nas fezes e biópsia do intestino. Depois da confirmação, o único tratamento é a dieta isenta de produtos que contenham a proteína. Por isso, o acompanhamento de um nutricionista é considerado de extrema importância. “O processo possui três fases. A primeira é a regeneração das vilosidades do intestino, depois vem a adequação da alimentação de acordo com a faixa etária e a cultura alimentar e, por fim, a manutenção”, explica.

Durante o tratamento, a especialista sugere atenção contínua aos rótulos dos alimentos, evitando, assim, a ingestão de glúten por engano, em suma, pelas crianças. Além disso, a nutricionista alerta quanto ao cuidado com as refeições. “Os pais devem comunicar o centro de educação infantil ou a escola do filho e mandar o lanche de casa”, avisa. No cardápio podem estar inclusos alimentos feitos com cereais como farinha de arroz, arroz, farinha de milho, fubá, batata, fécula de batata e farinha de soja.

 

Alimentos permitidos

Farinhas e féculas: arroz, batata, milho, mandioca, cará, inhame, araruta, sagú e trigo sarraceno.

Bebidas: sucos de frutas e vegetais naturais, chás, vinhos, espumantes, aguardentes, saquê e cafés com selo ABIC.

Leites e derivados: leite em pó, esterilizados (caixas tetrapack), integrais, desnatados e semidesnatados, leite condensado, cremes de leite, leite fermentado (Yakult), queijos frescos (minas, ricota, parmesão) e pães de queijo.  Para iogurte e requeijão, verificar observações nas embalagens.

Doces: açúcar de cana, mel, melado, rapadura, glucose de milho, malto-dextrina, dextrose, glicose, geleias de fruta e de mocotó, doces e sorvetes caseiros preparados com alimentos permitidos, achocolatados de cacau, balas e caramelos.

Carnes: todas.

Gorduras e óleos: manteiga, margarina, óleos vegetais e azeite.

Grãos: feijão, broto de feijão, ervilha seca, lentilha, amendoim, grão de bico e soja (extrato proteico de soja, extrato hidrossolúvel de soja).

Hortaliças: todos os legumes e verduras.

Condimentos: sal, pimenta, cheiro-verde, erva, temperos caseiros, maionese caseira e vinagre fermentado de vinhos tinto e de arroz.

 

Alimentos proibidos

Farinhas e féculas: trigo, aveia, cevada, malte e centeio.

Bebidas: cerveja, whisky, vodka, gin, ginger-ale, ovomaltine, bebidas contendo malte, cafés misturados com cevada e outras bebidas cuja composição não esteja clara no rótulo.

Leites e derivados: leites achocolatados que contenham malte ou extrato de malte, queijos fundidos e aqueles preparados com cereais proibidos.  Na dúvida ou ausência das informações corretas nas embalagens, não consumir o produto.

Doces: verificar as embalagens em todos os casos.

Carnes: patês enlatados, embutidos (salame, salaminho e algumas salsichas) e carnes à milanesa.

Gorduras e óleos: sem restrições.

Grãos: extrato proteico vegetal e proteína vegetal hidrolisada.

Hortaliças: sem restrições.

Condimentos: maionese, catchup, mostarda e temperos industrializados podem conter o glúten. Ler com muita atenção todos os rótulos.

 

Sobre a Dra. Alessandra

Alessandra Gaboardi é especialista em Nutrição Clínica e tem como foco profissional o atendimento voltado às crianças, adolescentes e gestantes. Graduada em Nutrição e Engenharia de Alimentos, ela possui um extenso currículo profissional e é membro da Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN) e do Núcleo de Nutricionistas de Jaraguá do Sul. Ela conta com duas pós-graduações, além de ter três cursos de aperfeiçoamento em sua área de atuação. Frequentemente, ainda participa de cursos de extensão e congressos.


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