06/11/2017 10:09:59
Além disso, os casos quadruplicaram nas últimas duas décadas e já atingem mais de 16% dos meninos e 11% das meninas.
No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE, estima-se que 60,8% das crianças de até dois anos já comem biscoito, bolacha ou bolo e 32,3% delas tomam refrigerante e suco artificial. Conforme a médica nutróloga Cristiane Molon, hábitos como esses podem contribuir para a obesidade infantil e, por isso, exigem atenção redobrada dos pais. “Deve-se evitar a compra desses produtos. Vale também conversar e explicar a importância de se alimentar melhor, fazer negociações envolvendo celular, televisão e atividades que os pequenos gostam”, comenta.
Outra dica da especialista para manter a saúde das crianças é construir bons hábitos em família. “Quando o pai toma refrigerante e quer que a criança ingira água é complicado. O exemplo vem de casa”, destaca. Por isso, a consciência alimentar deve fazer parte da rotina. Para começar, ela indica optar por substituições mais saudáveis, como buscar opções integrais e sem glúten, incluir mais frutas e verduras no cardápio e reduzir o consumo de açúcar branco.
A nutróloga também explica que é preciso estar atento aos comportamentos das crianças. Isso porque, o aumento do peso ocorre gradativamente e pode ter relação com situações do cotidiano, como dificuldades na escola, brigas em casa ou a chegada de um irmão, além de alterações metabólicas. “Assim que observarem mudanças no peso, os pais precisam buscar ajuda para avaliação médica, nutricional e psicológica”, enfatiza.
Dicas:
- Seja um apoiador e não um punidor. Cobrança não funciona! A criança ou o adolescente vai comer escondido.
- Tenha paciência! Muitas vezes, a criança nem provou determinado alimento e diz que não gosta, por isso, é importante oferecer uma vez, outra e outra até que ela prove.
- Apoie a prática de exercícios físicos, pois, assim, fica mais fácil se interessar por consumir alimentos nutritivos, já que uma coisa puxa a outra.
- Use a criatividade na hora de cozinhar, capriche na salada e coloque algum molho caseiro para melhorar o paladar.
- Evite açúcar, sal, gordura em excesso, comida processada e industrializada. Inclua mais frutas, verduras e carnes magras na dieta. No final de semana, faça pratos saudáveis junto com as crianças.
- Muitas vezes, a sede é confundida com fome. Incentive as crianças a beber água e diminua a ingestão de sucos e refrigerantes, principalmente, durante as refeições para não dificultar a digestão.
- Para ter saúde, é necessário dormir cedo, o que facilita a liberação de substâncias reparadoras, como os hormônios, que são importantes para o desenvolvimento. Crianças e adultos que dormem pouco têm mais chances de ganhar peso.
Cristiane Molon
Médica especializada em nutrologia com pós-graduação em Prática Ortomolecular e Saúde da Família, além de especialização em Medicina do Esporte.
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